Hospício Particular – Carta para o Senhor Jubas;

Olá meu eterno Jubas, queria compartilhar um delírio que tive essa noite, ando meio estranha...

... Às vezes sinto-me extremamente diferente. Anormal. Não é normal ser quem eu sou. Não é normal gostar das coisas que eu gosto, não sei se sou a escolhida ou a amaldiçoada. Medo. Eu sinto medo de tudo isso. Mas não pode conta a ninguém, senão eles saberão e vão vir.  Tenho que ser forte, mas ser forte o tempo todo cansa. Medo de ser forte, e quem sabe é isso. Sei que sinto tudo de uma forma diferente, tudo no máximo. Porém, não consigo sentir de forma intensa, como se fosse um furacão, do qual você sabe que e forte, mas não consegue acompanhar. Sou dotada de dons, mas não tenho o talento de domina-los. Frustrante. Frustrante, define a vida. Frustrante, lembra fruta.  Fruta, depende, faz bem. A lembro-me que você pega no meu pé... Quem me dera ser tudo o que você fala de mim, seria eu uma rainha de algum reino distante? Será que sou?! A Rainha do teu reino? A lembro-me que para ser perfeito, teriam que nós ter jurado desde o nascimento. Desculpa pelo conto de fadas errado, sei que não tá sendo dos melhores, mas quem sabe um dia será. Quem sabe também o que o nosso destino não foi só traçado desde o nascimento, como em outras vivas, um juramento, um laço do qual não podemos cortar, impossível corta. Pacto. Eu pertenço a você e você pertence a mim. Outra vida? Ah, você não acredita em outra vida, eu acredito por nós dois pode deixar, eu vivo por nós dois. Por nós dois, até onde eu seria capaz de ir? Até onde você, Senhor Jubas, seria capaz de ir por um nós dois? E por mim? Não muito longe e nem muito perto. Verdade ou Verdade. Vida após a morte. Contar-te; Já fui uma rainha, rei, maga, mago, lady, lorde, cavalheiro, dama, guerreiro, guerreira, canibal, vegetariana. Preto, vermelho, loiro, castanho e todos chegaram à mesma cor, cinza. Vênus, Apolo, Sophia, Arthur, Valentina, Hitler, Katherine, Nietzsche, Helena, Heitor, Antenas, Zeus. Nomes lembram-me de nomes, e cada um deles está vivo, aqui, aqui mesmo, dentro de mim. Todos eles e mais alguns, fazem parte do monstro. Lembra-se do monstro que vive dentro de mim?  Contei-te, sei que contei não estou ficando louca. Ou estou? Por favor, diga que lembra, não quero ser louca. Não, não quero. Sabe por que, Senhor Jubas? Porque a loucura é a minha fraqueza.